O jogo Crash of Queens foi lançado em 2016 com uma proposta atrativa: ser um jogo de estratégia online exclusivamente para mulheres. A ideia era atrair um público feminino que muitas vezes era deixado de fora dos jogos online normalmente voltados para o público masculino.

Com gráficos coloridos e personagens femininas fortes, Crash of Queens rapidamente ganhou popularidade e se tornou um sucesso de vendas. Inicialmente, o jogo foi aclamado como uma vitória para a inclusão de mulheres no mundo dos jogos e ganhou muitos fãs dedicados.

No entanto, a ascensão meteórica do jogo foi manchada pelas controvérsias e escândalos. Algumas jogadoras começaram a reclamar de comportamentos tóxicos de outros jogadores, especialmente homens, que assediavam e humilhavam as jogadoras.

Isso foi um golpe duro para o jogo, que se promovia como um espaço seguro para mulheres. A empresa desenvolvedora do Crash of Queens tentou lidar com a situação, mas muitas jogadoras abandonaram o jogo, decepcionadas com a falta de medidas efetivas contra o assédio.

Outras controvérsias surgiram no decorrer do tempo e corroeram ainda mais a reputação do jogo. Houve acusações de que a empresa não ouvia as demandas das jogadoras, e que boa parte do conteúdo do jogo era feito por homens. Além disso, a relação entre a empresa desenvolvedora e o público feminino que sustentava o jogo se tornou ainda mais tensa por conta de um episódio em que a desenvolvedora lançou um pacote de itens de moda que incluía roupa íntima que, segundo muitas jogadoras, objetificava a mulher.

Crash of Queens tentou se recuperar, mas já era tarde demais. A queda no número de jogadoras, e a má reputação que o jogo adquiriu entre a comunidade gamer, significou o fracasso comercial do jogo. A empresa desenvolvedora encerrou suas atividades, chegando a declarar falência.

O caso de Crash of Queens é um exemplo de como os jogos online podem ser sensíveis a como a indústria e os jogadores tratam as mulheres. Ainda é raro encontrar jogos feitos exclusivamente para mulheres, e o mercado de jogos, em geral, é inteiramente dominado por criações masculinas. Se a indústria não se adaptar para integrar e incluir as jogadoras mulheres, a história do Crash of Queens pode se repetir.